terça-feira, 8 de março de 2016

Recebidos - Mulheres de Palavra

"Um Retrato das Mulheres no RAP de São Paulo"




"Elas são mulheres. Elas são artistas. Elas fazem das palavras sua expressão. Nas letras, exprimem suas vidas, suas lutas, suas ideias, suas cores, seus amores..." 

A principio a publicação impressiona pela grandeza de seus contornos, ultrapassando os limites plásticos de minha régua, com texto de introdução no masculino apresenta a sensibilidade feminina, "sem coisas de mulher", porque aqui é força e coragem pra pincelar a que viemos.
Segue introduzindo na história, uma linha do tempo que imprime desta vez os nomes que não foram ditos em outras publicações, os das mulheres, de forma generosa coloca o "leigo" a par do que até aqui perdeu.

Daniela Gomes, retrata o convite ao texto sobre Hip Hop como uma mulher guerreira, que vence um "relacionamento abusivo". Me confortando pela primeira vez nesta leitura (Mulheres de Palavra) com seu não distanciamento do problema, que narra de maneira intimista sua relação com o conteúdo impresso, uma mulher negra com a palavra.
Ela registra em sua "fala" o que a história machista tentou apagar, a essência do Hip Hop, mostrando que a luta continua e é feminina.

Mais a frente ainda na página 06 de 56, Nerie Bento me incomoda ao afirmar o que ainda tem que ser dito em 2016. O machismo exclui as mulheres de muitas lutas, inclusive as "comuns" no Hip Hop, fazendo com que pareçam repetitivas as brigas por um lugar na cultura. Mas a luta não pode parar, então expliquem se necessário, para alguns homens que ainda precisam ouvir, que o respeito deve começar no ventre, da mãe, mulher que o pariu...

Mulheres de Palavra, abre quase-se por completo para 10 rappers, tendo cada uma delas um espaço especial em ordem alfabética, lindamente ilustradas por suas fotos e  palavras.



Bia Doxum, zona leste.
"Eu sou cantora de música negra. Misturo vários estilos da música negra na minha música e tó aí, militando, cantando."

Brisa de la Cordillera, do Chile para Belo Horizonte, para São Paulo, para o mundo.
"Sou cantora de RAP, faço poesia, toco instrumento. Vivo da música desde novinha. A música me resgatou. Foi o que me deu asa pra poder acreditar nos sonhos."


DJ Niely, 13 anos.
"Minha mãe é envolvida no Hip Hop, então até mesmo quando eu estava na barriga dela eu já era envolvida no Hip Hop. Nasci no Hip Hop, o Hip Hop nasceu comigo."

Dory de Oliveira, faz parte do movimento Hip Hop como ativista e apaixonada pelo RAP há 13 anos. Mora no lado leste de São Paulo, onde o sol nasce.
"Sorrisos e lágrimas. Eu não nasci em berço de ouro. Eu venho de uma família humilde. Entendeu?"

Luana Hansen, DJ, MC e produtora musical.
"Eu tô no movimento HIP HOP há 15 anos. Tudo começou aqui nessa quebrada, em Pirituba. Eu sou de Pirituba, e na época, a quebrada borbulhava Hip Hop."

Lunna Rabetti, responsável pelo Fórum Nacional de Mulheres no Hip Hop.
"Conheci o Hip Hop através do break, eu tinha 14 anos, comecei a dançar..."

Odisseia das Flores, Jô, Letícia e Chai.
"...Nós estamos fazendo um trabalho de formiguinha."

Joyce Fernandes, a Preta Rara.
"Nasci em Santos, em 13 de maio de 1985... Faz dez anos que estou na cultura Hip Hop, ela abriu vários horizontes na minha vida."

Priscilla Feniks,
"O nome Feniks veio há algum tempo. Eu sou uma pessoa ressurgida da cinza. E a toda hora eu passo por esse processo."




Sharylaine.
"...Conheci a cultura em 85, através do Nação Zulu, e em 86 comecei a cantar. Não sozinha, com uma parceira, a City Lee, nós fundamos o RAP Girls."

                         


Obrigada, Ketty Valencio por ter enviado esse presente maravilhoso. E por ter idealizado junto a Renata e Fernanda Allucci esse incrível projeto.
Sem sombra de dúvidas é um precioso trabalho, enriquece nosso acervo, fortalece nossas lutas e aquece nossos corações. Lindo...

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